I really am such a fool...


20 para a 1h. O tabaco acabou a meio da tarde. Quando fumei o último até pensei que não era nada difícil ficar o resto do domingo sem tabaco. Estendi a roupa e resolvi dormir um bocado, até porque já começava a pensar na estúpida da nicotina. Quando dormimos é bom, nada nos faz falta. Acordei, respondi às sms que estavam por ler no telemóvel. Comi umas bolachas. Comentei a série portuguesa do canal 1 com uma amiga, por sms, claro está. Estou inquieta. Vou ver quem está online. Partilho a minha inquietação contigo. Tu ainda ris e dizes que vais acender um cigarro, mudas a foto para aquela tua foto de ar regalado e cigarro na mão. Não, os trocos que estão na carteira já não chegam para ir comprar tabaco ao café. Até porque ontem foi noite de saída com as amigas e pouco sobrou do pouco que levava, há sempre quem pague uns copos para nos agradar. E eu até nem bebi tudo porque tinha que conduzir. Inquietação em alta. Ainda há uns cigarros na gaveta lá do escritório. Tenho que vestir umas calças para não ir de pijama, não o tirei o dia todo. Pego no carro e lá vou eu em busca da nicotina. Passei com o carro 2 vezes pela mesma pessoa, senti-me parva, eram 2h e eu ali. Parei, corri escada acima, fui ao escritório sem acender sequer a luz e saquei o maço dos 4 cigarros que lá deixei e vim embora. Parecia que estava a roubar e a fugir. Não conseguiria mentir se encontrasse alguém conhecido. Acendi o cigarro. Continuei a sentir-me parva. E no rádio, um gajo qualquer cantava “I really am such a fool...”. Ora, tu que nem sei quem és, acertaste na mouche e a cantar! Voltei a casa, parei o carro, desta feita noutro estacionamento, aquele estacionamento parvo que tem um poste de electricidade à frente e não deixa chegar o carro ao passeio e que tem uma árvore meticulosamente plantada mesmo no espaço que eu precisava para abrir a porta e sair. Os meus 5 kg a mais ainda me deixam sair, a custo. O fumo que passa entre mim e este monitor, dá-me calma. Neste momento não preciso de mais nada. Este misto de felicidade viciada e vergonha é bem melhor do que a inquietação. No fim das contas feitas, sei que, quando quero, vou atrás.

3 comentários:

Manel ::::: disse...

Bem mas que post mais sofredor !! Eu estive aqui a le-lo e a imaginar-me nessa situação ... que calarmitante !! Sorte em teres as chaves do escritório emh ?! Salvo isso, estarias a cortar os pulsos ou mm a secar a erva do jardim no secador que tens no wc, para enrolar um cigarrito á pressão =) hahhah loladaa ...

Gostei do comment ...
Sao vicios feios , e que metem em causa a nossa força , mas sabe taaaaaaoo bem =) Que se lixem as opinioes ...




beijos ( agra sim, vou dormir )

Anónimo disse...

Realmente é mesmo tristito o que leio.

O que nos define não são os vícios, os desejos ou até os quereres... o que nos define é a nossa ascensão depois da queda.

Nada de "sorrisos tristes", o dia correu mal, amanhã tudo muda...

Quanto aos cigarros, bem já vi e conheço piores! Pelo menos acendeste-o, eu às vezes é mesmo o saber q está ali um cigarrito se for preciso, mas nem o fumo, está ali apenas. Porquê? É que eu não tenho relva e nem uso secador!!!! lol

ivone disse...

mas que prazer é não ter nada para fazer...
mas que prazer é ter um cigarro para fumar...
mas que prazer...