Eu não sou fria. O termóstato é que avariou e o contrato de assistência não foi renovado.
(in)sensibilidades
Fugir às emoções e aos envolvimentos pode não ser o caminho mais certo. Mas é, talvez, o meio mais fácil de não ter a cabeça feita num oito. Depois há o outro lado da fuga. Aquele em que a falta de emoções não nos deixa, sequer, ser minimamente interessantes aos olhos de quem nos vê, mais ainda, aos ouvidos de quem nos ouve. Nem o espelho nos devolve um segundo olhar. Fica tudo cinzento. Vazio. Monótono. Insípido. Mal temperado. Acho que eu é que ando destemperada. Tenho que incluir sal na lista das compras do mês. Tenho saudades de todos os deslumbramentos de outros tempos, das ansiedades, de querer cativar sempre. Mas não tenho saudades das cabeçadas! Assim sendo, fico-me.
banalidades
Como não podia deixar de ser, todas as promessas do post anterior, ficarão para preencher os meus pensamentos num próximo pequeno-almoço pós-experimenta-roupa-e-tira-porque-não-fica-bem. E continuarão a ser apenas isso, promessas de uma manhã chata. Este fim de semana foi chato também. Limpezas domésticas atabalhoadas intervaladas por trocas de sms e cigarros mal fumados, uma taça de vidro partida e as pedrinhas e conchas da praia espalhadas no chão. O suspiro e as asneiras que me saíram pela boca por ter que apanhar aqueles cacos todos. A espera para ir buscar a progenitora ao trabalho. Os copos bebidos até às 3h, no meio de conversas parvas, mas divertidas. O domingo de sofá e televisão. A canseira de ter que fazer o percurso da cama para o sofá. Ufa! E mais tarde, ufa outra vez, do sofá para a cama. Podia ter ido aproveitar o sol que me fez desesperar por não lhe ver brilho durante os meses do Inverno passado, mas não, nem lhe dei valor nenhum. Deixei-o lá fora. Para castigo, quando eu quiser sol, ele vai meter-se atrás das nuvens. Bem feita para mim.
desvios
Hoje é um dia daqueles! Daqueles em que nenhuma roupa fica bem e muita fica em cima da cama e da cadeira, depois de ser vestida e tirada num abrir e fechar de olhos. Daqueles dias em que os sapatos novos magoam e acabo por calçar aqueles velhos e confortáveis, mas mesmo assim, velhos. Daqueles dias em que tomo 500 decisões, ao pequeno-almoço, entre as colheradas dos cereais. Sim, porque agora tomo pequeno-almoço, depois de uns 15 anos sem o fazer. Amanhã recomeço a dieta e as caminhadas; a busca por um segundo emprego que faça com que sobre dinheiro em vez de mês; no mês que vem mudo outra vez de penteado, quero-o deixar crescer, mas de maneira diferente (impossível????); logo à noite preparo a roupa que vestirei amanhã; vou começar a sair da cama mais cedo para não chegar atrasada ao emprego; vou começar a responder a todas as sms que me enviam e a ler os mails todos antes de os apagar (reencaminhá-los já não me parece); no mês que vem vou fazer um orçamento mensal de modo a que consiga gerir o salário (caso aquela brincadeira do segundo emprego não se concretize a curto prazo); vou começar a visitar os avós com mais frequência e dar mais atenção ao cão e à gata; etc., etc., etc. e tal!
Pois sim!
Pois sim!
in a manner of speaking
In a Manner of speaking
I just want to say
That I could never forget the way
You told me everything
By saying nothing
…
Oh give me the words
Give me the words
That tell me nothing
Ohohohoh give me the words
Give me the words
That tell me everything
-
(In a Manner of Speaking by Nouvelle Vague)
lindo...
efeitos secundários de um documentário
Para que conste, eu não sou a Maria Callas, nem tu és o Aristóteles Onassis! E mesmo que não encontres uma Jaqueline Kennedy, não vou estar à tua espera, estendida numa toalha, no areal de uma qualquer ilha grega. Não, também não me vou enfiar num quarto de hotel, nem adquirir a nacionalidade grega. Se calhar falta-te o barco, onde nunca me levaste a passear, até porque não saberias onde me levar. É uma pena que também não te falte o telemóvel.
o crime não compensa
Who killed Laura Palmer?
e tudo o vento (ainda não) levou
Nem sei o que sinta, pense, diga ou escreva. Sei apenas que a realização de um dos meus sonhos me está a deprimir. Não imaginei que me tirasse tantas vezes o sorriso. Impede-me de concretizar os restantes desejos. E a frase “não se pode ter tudo” está gravada em todos os meus pensamentos, seja como introdução ou conclusão. “I can't think about that right now. If I do, I'll go crazy. I'll think about that tomorrow.” A Scarlett O'Hara é que me compreende!
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