por caminhos de frades

Já tinha saudades de andar no meio do verde, sob o céu azul, calcorreando por esses caminhos e "não-caminhos" fora! Fora com o Inverno que me afasta destas andanças! Xô Inverno, xô!



Cá vamos nós outra vez! Pelo antigo caminho que ligava ao Porto! Coitados... a pé devia ser um longo, longo percurso!




Olha a bela da cascata! Qual "cachoeira do brásiu", qual quê!




Tufos verdes rodeados de água!




Abraça-me bem... faz lembrar uma música com alguns anos cantada pela Né Ladeiras... ou será que sonhei isto? Não interessa nada, o que importa realmente é ter assistido aqui ao romance da videira e da árvore! Encosta-te a mim do Palma, também serve!





E outra vez: verde, que te quero verde! :)





Hum... rio, margens estreitas, acho que temos desafios pela frente!




E não é que tenho razão???!!! Haja troncos para calcar... e o rio ali ao lado! Vai ser lindo, vai!




Ok! No problem, o rio nem tem corrente nenhuma, nem nada!





Ahahahah! Alguém foi à água! O nosso boga-man quis lavar as calças sem as tirar do corpinho!




"A ponte é uma passagem para a outra margem!" Oh pra mim aqui na outra margem e nem precisei de ponte!





O bosque encantado! Lindo, lindo!




Depois do amor da videira, temos a atracção fatal da era! Estas árvores são muito cobiçadas!




Oh pá! Fiquei encantada com isto e não consegui parar de carregar no botão da máquina! Irresistivel!




Vá, larga lá a máquina e vamos continuar a nossa jornada!





Toca a trepar, força, que no fim há lanche!





Um último olhar para o meu bosque encantado...




E mais água... turbulenta esta, não?




Hum... aquilo parece uma espécie de ponte... hum...



Ups... é mesmo... uma ponte artesanal...






É melhor desviar o olhar e contemplar a paisagem! Só para distrair da tal da "suposta" ponte! Medo? Nã...





Ora! Aqui está! Uma ponte feita propositadamente para nós! Arte encomendada! Arte útil, meus caros!




Vá! Sem medo! Lembrem-se que há lanche no fim! Tudo em fila indiana e agarradinhos à corda!





Ufa! Prova superada! E agora... tcharan! Prémio para os vencedores! Obrigada, boga-man!



E tu, já aí estás? Vá, vai lá embora que ainda é cedo!



Ora bem, chegando aos caminhos por onde passava a água para o Mosteiro de S. Cristóvão, há ali uma porta e dizem-me que há uma sala grande debaixo do monte, onde faziam a separação da água. Interessante!




E aqui está a "Fonte dos Frades", a água saía daquele buraco gigante! Mas esta fonte mais parece uma piscina, tipo jacuzzi rodeada de banquinhos de pedra para poderem regalar-se com a água nos pézinhos, confortavelmente sentados! (haja imaginação)




Mandámos o boga-man lá para dentro do buraco para tirar uma foto à malta toda que estava cá fora, mas não é postável, dada a excelente qualidade das figuras captadas!




E cá está o que podemos chamar de aquedutos, que não é só na capital que há aquedutos, não senhores! Estão é um bocadito destreinados... só isso!




Os engenheiros do séc. XVIII tinham jeito para a coisa! Muito bonito!




Será que tem licença de utilização?




Na falta de água, que era, em tempos idos, conduzida ao Mosteiro de S. Cristóvão, acumulam-se carumas, folhinhas e musgo! Gosto dos contrastes de cor!






Ora cá está! Chegamos e damos de caras com a Igreja, em primeiro plano!
E poderão saber mais sobre a história do local aqui.




E entrando no Mosteiro, agora totalmente recuperado e transformado em turismo rural, passamos pela cozinha que tem janela com vista para o refeitório dos senhores frades! Pela ideia que tenho dos frades e pelo aspecto do refeitório, deviam ser de poucos apetites, deviam!





O pátio interior fascinou-me! Devia ser um stress terrível a vida de um frade no séc. XVII e XVIII, devia ser aqui, concerteza, que eles acalmavam da agitação do dia-a-dia, o trânsito, os horários dos empregos, idas ao supermercado... uma maçada!




Mas para irem comer, tinham que passar aqui no lava-mãos, que os frades eram pessoas muito dadas à higiene, pois claro!




Et voilá! O local onde enchiam a barriguinha!




E claro está, depois há que dormir uma sesta para fazer a digestão!




Ou então passar a tarde a jogar umas cartadas, brincar às escondidas, ou ainda ficarem sentaditos a rezar!




Entrando noutro espaço interior, perto do que agora é uma casa de banho que conserva uma espécie de banheira em pedra, eis que abrimos umas portas que parecem ser de um armário e que vemos nós???? Meti a cabeça no tal "armário", olhei para cima e não vi nada, disparei o flash e saiu esta bela fotografia! E depois de ver a foto, agradeci por já não estarmos na época em que aqueles buracos eram usados! A utilização dada aos mesmos fica para o que a vossa imaginação conseguir!





E noutra sala conservam-se uns bancos muito interessantes, dos quais há réplicas na igreja também. Fiquei curiosa e achei que aquilo que via como tampo para os senhores frades se sentarem, seria um tampo muito reduzido... e depois explicaram-me que aqueles tampos em formato de meia-lua era quando os bancos estavam fechados e para quando os senhores frades, nas suas orações, tinham que permanecer de pé... de pé... mas com o rabito apoiadito naquelas meias luas! Era a fingir que estavam de pé, topam? Estes frades eram muito engenhosos!





E depois de muito rezar, de pé (cof cof), muito provavelmente descansavam num destes bancos de janela, a ler com a luz que ainda sobrava do dia difícil que tiveram!




O espaço envolvente do Mosteiro de S. Cristóvao, neste caso, o pátio de entrada, está muito bem aproveitado e agradável!



Entre o mosteiro e a igreja, percebe-se que iria ter uma ligação, uma vez que ainda se vislumbram as portas que iriam ser abertas, mas tal obra nunca foi terminada (obra embargada?), aproveitando o espaço como cemitério! Seguiu-se uma visita à igreja, que aconselho seja visitada, de preferência com guia, uma vez que só assim poderão descobrir alguns dos mistérios e as belas pinturas que a mesma encerra!



Na subida para a Capela da Senhora da Boa Morte (que esta rota é muito cultural e religiosa), demos de caras com o nosso lanche! O lanche! Duas mesas divinamente (ou a fome é que era muita) recheadas para nós! O "Criar Raízes" não deixa nada ao acaso! E nesta rota, que nos foi oferecida, por sermos assíduos nas suas actividades, fomos presenteados com um belo pic-nic! Obrigada!



Do alto da Capela da Senhora da Boa Morte vê-se o mosteiro por entre as árvores, como que a despedir-se de nós! E foi precisamente aqui, com esta paisagem nos olhos, que senti algo cair na minha cabeça! Uma pinha! Uma grande pinha caiu-me em cima! Foi um querido companheiro de rota, que diz ter falhado a pontaria... Obrigada pelo galo! Saio desta rota mais rica, seguramente, e com um alto na cabeça...



rota dos frades
(s. cristóvão de lafões, s. pedro do sul)
07/03/2009
organizado por: Criar Raízes