ainda há pastores?

Chegámos à aldeia bem cedo. Talvez o dia fosse já longo para quem lá vive.

Aguardemos a saída das 2500 cabras, que já tardavam em sair para que nos dessem o prazer de as ver rumar monte acima.


Sim, é aquele o "caminho" que lhes está destinado, todos os dias, e que faremos hoje com a pastora. Caminho? Qual caminho?

Se elas sobem, nós também! Yes, we can!


Ufa! Parece que ultrapassámos algumas! Paremos um pouco para ver a vista e acalmar o coração... o sol já queima, e a subida é difícil.


Sim, paremos novamente, tenho que rever a minha condição física, isto não está fácil!

Xiii... nós saímos dali??? E esta montanha que nunca mais acaba!


Ena! Ena! Chegámos! Parece que as nossas companhias chegaram primeiro e já andam a desvastar o cimo do monte! Está mais fresco e o orgulho de chegar ali confunde-se na paisagem!


Ah! Afinal está mais fresco porque há ali ventoínhas grandes! Brincadeira... a subida deve ter esgotado a minha sanidade mental!


O céu azul parece que foi pintado para nós. Obrigada!


Hora da bucha! O almoço que sai do saquinho de pano parece delicioso, ou a fome é muita... pão, broa, presunto, queijo e uma laranja! E as dezenas de rãs que não param de fazer barulho... surreal!


Hum... temos que regressar à aldeia, desta feita por outro "caminho"! Mais uma vez me pergunto: caminho? qual caminho? ai


Cenário Dantesco! diz o dono da mochila que traz água com sabor a tangerina e uma máquina de rolo, daquelas que tiram fotografias só ao que é realmente importante!


Parece que nos espera uma descida tão longa como a subida! E as pedras em cascalho escorregam junto com os nossos pés!


Ora! Cá está! Água com sabor a água!


Chegámos! Depois de uma imensa discussão sobre a utilidade dos muros, a lenda do S. Mácário e as brasas que lhe queimaram nas mãos, a espera dos adeptos de caminhadas pelos adeptos dos passeios e a descoberta do lugar donde cada um de nós veio, chegámos! Chegámos à aldeia!




Olha, olha! Temos espaço internet! E os residentes estão muito entusiasmados com o facto de poderem falar com a família, através da internet, que dali saiu em busca de uma vida "melhor", onde não se vêem as horas passar, onde não se vê cada passo do sol, onde o tempo foge sem pedir permissão! Melhor? Ou então não!


E o moinho ainda funciona. E a sombra sabe bem!



Chegaram as nossas amigas, voltaram à aldeia depois de nós e ocupam as sombras perto de cada uma das suas "casas". Sim, sabem onde devem esperar, sabem qual é a porta delas!


O cansaço é geral, o que me conforta...



rota do pobreiro (covas do monte, s. pedro do sul)
07/06/2008


eu volto...